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terça-feira, 1 de junho de 2010

A CORRUPÇÃO

Mais outro embaraçoso escândalo de corrupção. Agora é a vez da chamada “operação navalha”, que consiste no desmonte de uma quadrilha especializada em desviar dinheiro público por meio de fraudes em licitações de obras do governo.
Discutir este tema com profundidade, isso renderia uma tese que obviamente não caberia nos limites desta coluna e das minhas parcas luzes.
Não é fenômeno novo. Quando criança, sempre ouvia minha avó dizer: “Eita gente corrupta!”. Ela é “endêmica” e “estrutural”. Não existe a corrupção “jamais vista”. Corrupção “jamais vista” começou desde 1500. Neste quesito, apenas três países aparecem em situação pior que a nossa: Benin, Guatemala e Quênia.
Os vermes do colarinho branco com suas trampolinagens, recebimentos de propina e vendas de sentença – com atitudes de franco deboche, com direito a sorrisos irônicos - tentam passar a idéia de que “os fins justificam os meios”. Em nome do bem, o mal. Em nome da verdade, a mentira. Da liberdade, a morte.
Mas, vamos e venhamos, há mórbida semelhança (relação incestuosa) entre o atual escândalo e a farsa dos sanguessugas, anaconda, vampiro, dominó, furacão – para lembrar os nomes, sempre sugestivos da PF. Cujo foco é inarredavelmente auferir de maneira ilícita o dinheiro público.
A cultura da impunidade está dando sinais de fraqueza. Pesar de haver certo excesso de divulgação que concerne às operações da PF, o que acaba por gerar pré-condenação pública, sem atinar correto ante o estado de inocência. Nem por isso justifica pichá-la aplicar método fascista, uma vez que todas as prisões são determinadas pela Justiça e têm como fundamento: preservar as provas e impedir a prévia combinação de versões.
Muito é preciso ser feito para reduzirmos a corrupção no Brasil, dando logo um basta aos labirintos legais e institucionais que acabam protegendo esses popstars da roubalheira.
Não é outra, porém, a expectativa da população, que enceste das autoridades, mais do que nunca, serenidade e firmeza no combate a essa praga social. Acreditando, sobejamente, que essa doença tem cura e que será erradicada.
Assim, ao passar olhos na história, diante deste varejo cotidiano de indignação e perplexidade, vem-me a memória um trecho da música do grande Cazuza “O Tempo não pára”, que diz magistralmente: “... eu vejo o futuro repetir o passado...”. Masss, para que essa idéia não continue a prevalecer, é necessário uma mudança radical em nossa legislação, onde roubar dinheiro público seria crime hediondo, inafiançável e imprescritível.


"Lincoln Cartaxo de Lira"

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