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segunda-feira, 27 de junho de 2011

História da Paraíba: A rainha da música nordestina‏

O nome verdadeiro é Inês Caetano de Oliveira, mas apelidos carimbados como "Luiz Gonzaga de Saias" ou simplesmente Marinês fazem quase todos lembraram do ritmo peculiar e suas canções. Considerada a "Rainha do Xaxado", a cantora e compositora é uma das figuras mais lembradas no período junino, como o Maior São João do Mundo, em Campina Grande.
Além da característica forte do xaxado, que lhe rendeu o título de rainha, ainda flertou com o forró, xote e baião e é influência para cantoras consagradas, a exemplo que Elba Ramalho, que não economiza elogios à cantora. Nascida no Sertão de Pernambuco, mudou-se ainda criança para a Paraíba onde se radicou e desenvolveu grande afeto pela cidade de Campina Grande. Marinês é considera ícone na musical brasileira e inerente à história cultural da Paraíba pela contribuição aos ritmos regionais, propagando-os em todo território nacional.
Em 50 anos de carreira foram mais de 30 discos gravados e diversas parcerias musicais. O primeiro disco gravado foi em 1956 já à frente do grupo Marinês e sua Gente, com o qual se consagrou. Precoce, a carreira de Marinês começou em programas de calouros ainda na década de 1940, quando participou de diversos deles e, aos poucos, foi criando a fama de cantora de forró.
Em 1949 formou com o marido Abdias, o Casal da Alegria. Em seguida, o casal juntou-se ao zabumbeiro Cacau e formou um trio. Este trio, no começo dos anos 50 passou a atuar como a Patrulha de Choque do Rei do Baião, especializada em realizar apresentações nas praças das cidades onde Luiz Gonzaga iria tocar, interpretando músicas do seu repertório, anunciando sua chegada nas cidades do interior do Nordeste, num trabalho feito espontaneamente.
Herdeira musical de Marinês, a cantora Elba Ramalho é só elogios à Marinês. "Aprendi muito com ela. O primeiro show que eu vi foi dela, no Rio de Janeiro, e de lá saiu minha inspiração. Fiquei impressionada com a presença de palco daquela mulher tocando triângulo. Fiquei deslumbrada. Ela é um ícone damúsica brasileira", afirma a cantora. Outra interprete paraibana, a cantora Ceceu, também destaca a influência de Marinês na cultura nacional. "Era uma voz inconfundível e foi uma verdadeira história viva da música. Todos sabiam quando era ela quem estava cantando pois tinha uma presentação muito peculiar. Sua importância e influência são indiscutíveis. Tenho certeza que nesta época de São João serão muitas as homenagens à ela", ressalta.
A cantora faleceu em maio de 2007, na cidade de Recife, aos 71 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Em 2003, a cantora havia se submetido a uma cirurgia de implante de uma ponte de safena. O enterro aconteceu na cidade de Campina Grande, no Cemitério da Paz. "Eu me espelhei muito em Marinês e com certeza foi uma grande perda não só para a cena musical porque ela era uma amiga pessoal. Será uma pessoa insubstituível para a música regional e brasileira", afirma Ceceu.

In: Noticias da Paraíba

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ariano Villar Suassuna

Ariano Villar Suassuna. 15167.jpegEste artigo é um presente para o maior dramaturgo vivo do Brasil. O autor da renomada peça de teatro intitulada "Auto da Compadecida", nasceu na Capital do Estado da Paraíba, em 16 de junho de 1927, exatamente no quarto do Palácio da Redenção, sede do Governo estadual, o qual foi construído em 1586 pelos primeiros missionários a chegarem à Paraíba, os jesuítas. Ariano Villar Suassuna é filho de Rita de Cássia Dantas Villar e João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna.



Em 1947, escreveu sua primeira peça de teatro, "Uma Mulher Vestida de Sol". Ariano Suassuna, aos 84 anos, não só escreve peças de teatro como "O Santo e a Porca", (1957) e "Farsa da boa preguiça", (1960); romances como "A História de Amor de Romeu e Julieta", (1997), mas escreve também poesias.



O próprio poeta paraibano em uma entrevista ao Programa do Jô, na Rede Globo, enfatizou: "Eu sou mais conhecido como dramaturgo. Principalmente porque o Auto da Compadecida foi para a televisão. E a televisão é muito vista. Sou menos conhecido como romancista. Mas sou inteiramente desconhecido como poeta. No entanto, eu considero a minha poesia, a fonte profunda de tudo que eu escrevo, inclusive o romance e o teatro".



Ariano Suassuna é acadêmico da Academia Brasileira de Letras (1990), da Academia Pernambucana de Letras (1993) e da Academia Paraibana de Letras (2000). Então, lá, na Rua Duque de Caxias, número 25, no Centro da terceira cidade mais antiga do Brasil, encontra-se a Academia rubro-negra e a famosa cadeira número 35. Na biblioteca podemos ler os imortais romances "A História de amor de Fernando e Isaura" e "História d'O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: Ao Sol da Onça Caetana", (1976), e o livro intitulado "Seleta em Prosa e Verso", (1974), ambos publicados pela José Olympio Editora. Além do histórico Discurso de Posse de Ariano Villar Suassuna em nove de outubro de 2000 e da coleção denominada Nomes do Século, Paraíba, número 36, Ariano Suassuna, da Editora A União.



Ariano Villar Suassuna escreveu os seguintes livros de poesia: O Pasto Incendiado, (1945-1955); Ode, (1955); Vida-Nova Brasileira (1970); Sonetos com Mote Alheio, (1980); Sonetos de Albano Cervonegro, (1985); Poemas (antologia), (1999). Entre tantas poesias, destaco que, em sete de outubro de 1945, aos 18 anos de idade, publica o poema intitulado "NOTURNO" no suplemento literário do Jornal do Commercio:

  

NOTURNO



Têm para mim Chamados de outro mundo

as Noites perigosas e queimadas,

quando a Lua aparece mais vermelha.

São turvos sonhos, Mágoas proibidas,

são Ouropéis antigos e fantasmas

que, nesse Mundo vivo e mais ardente,

consumam tudo o que desejo Aqui.



Será que mais Alguém os vê e escuta?



Sinto o roçar das asas Amarelas

e escuto essas Canções encantatórias

que tento, em vão, de mim desapossar.



Diluídos na velha Luz da lua,

a Quem dirigem seus terríveis cantos?



Pressinto um murmuroso esvoejar:

passaram-me por cima da cabeça

e, como um Halo escuso, te envolveram.

Eis-te no fogo, como um Fruto ardente,

a ventania me agitando em torno

esse cheiro que sai de teus cabelos.



Que vale a natureza sem teus Olhos,

ó Aquela por quem meu Sangue pulsa?



Da terra sai um cheiro bom de vida

e nossos pés a Ela estão ligados.

Deixa que teu cabelo, solto ao vento,

abrase fundamente as minhas mãos...



Mas, não: a luz Escura inda te envolve,

o vento encrespa as Águas dos dois rios

e continua a ronda, o Som do fogo.



Ó meu amor, por que te ligo à Morte?



Algumas obras de Suassuna foram traduzidas para o inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, polonês e holandês. Segundo o próprio Ariano Villar Suassuna, "Como poeta sou anônimo, casual, trágico, inconsequente e também fruto e produto do casamento entre a urbanidade e a melancolia...". O poeta paraibano Ariano Villar Suassuna considerou que a poesia significa criação: "A poesia seria o espírito criador que se encontra por trás de todas as artes literárias, sejam estas realizadas através da prosa ou do verso". Para Suassuna a poesia é "o ritmo e a imagem, principalmente a metáfora". Destaco um poema intitulado "A MORTE - O Sol do Terrível" com tema de Renato Carneiro Campos:

  

A MORTE - O Sol do Terrível



Mas eu enfrentei o Sol divino,

o Olhar sagrado em que a Pantera arde.

Saberei porque a teia do Destino

não houve quem cortasse ou desatasse.



Não serei orgulhoso nem covarde,

que o sangue se rebela ao toque e ao Sino.

Verei feita em topázio a luz da Tarde,

pedra do Sono e cetro do Assassino.



Ela virá, Mulher, afiando as asas,

com os dentes de cristal, feitos de brasas,

e há de sagrar-me a vista do Gavião.



Mas sei, também, que só assim verei

a Coroa da Chama e Deus, meu Rei,

assentado em seu trono do Sertão.



Ariano Villar Suassuna, aos 84 anos, não é vegetariano nem gosta de cafezinho, não fuma, não come fast food, come carne, leite e queijo de cabra e, sobretudo, não compra o lixo cultural oriundo dos Estados Unidos. De acordo com o sempre bem-humorado Ariano Suassuna, "Não troco o meu "oxente" pelo "ok" de ninguém!". Ele gosta mesmo é de coco, de xaxado, do Quinteto Armorial e do Quinteto Violado! Na sétima edição do Bancarte, em 28 de abril de 2011, na Capital paraibana, o próprio Ariano Suassuna disse: "As pessoas pensam que eu sou contra a cultura universal e eu seria um ingrato porque devo muito a Cervantes, Tosltói e Dostoiévski. O que eu bato é contra a uniformização da cultura do gosto médio, da ditadura do consumo e do gosto que nos quer impor como modelo".



Ariano Suassuna é muito engraçado, quase um palhaço sertanejo! Você vai morrer de rir ouvindo da sua voz rouca em sua aula espetáculo. Em Belém do Pará, Ariano revelou: "Um dia, lá no Recife, uma mulher que não gostava de mim, perguntou, já com a resposta pronta: - De que signo você é? Respondi que sou do signo de gêmeos. E ela disse: - Você sabe que as pessoas que nascem sob o signo de gêmeos têm duas caras? Eu disse: - Oxe, a senhora acha que se eu tivesse duas caras, teria o mau gosto de usar essa?".



Ariano Suassuna é formado em Direito (1950) e Filosofia (1964) pela Faculdade de Direito do Recife. Concluiu o Doutorado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1976. Foi professor da UFPE por 32 anos, onde ensinou Estética e Teoria do Teatro, Literatura Brasileira e História da Cultura Brasileira. Desde 1994 é professor universitário aposentado.

Ariano Suassuna para muitos é o Dom Quixote do Sertão; Para outros, o Imperador da Pedra do Reino. Para poucos, o verdadeiro Chicó. Para mim, o Shakespeare do Brasil, porque ambos começam o último nome com a letra S e no meio do famoso sobrenome também tem a letra s; e, sobretudo, são mestres no jogo das palavras, nos sonetos e na cultura popular; e, possuem uma vasta e rica bibliografia. Suassuna é o gênio do povo brasileiro! O paraibano Ariano Villar Suassuna escreveu artigos, ensaios, poesias, romances e peças cômicas e trágicas sobre o povo nordestino.

Para muitos, a mais destacada obra de Ariano, devido à minissérie na Rede Globo em 1999 e o filme em 2000 de Guel Arraes, é o "Auto da Compadecida", (1955), onde dois personagens, um esperto outro mentiroso, João Grilo (interpretado por Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello) conquistaram com muito riso o público brasileiro.

Para outros, é o "Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta", (1971), porque em junho de 2007, a Rede Globo transmitiu a microsérie "A Pedra do Reino", de Luiz Fernando Carvalho, baseada na célebre obra de Suassuna, em homenagem aos seus 80 anos de idade. O personagem Dom Pedro Dinis Ferreira Quaderna (interpretado por Irandhir Santos) é um fantástico e enigmático bibliotecário. A bela e talentosa atriz paraibana Mayana Neiva interpretou dois personagens, inicialmente a sensual Heliana Swendson, e depois, a Moça Caetana, em cenas filmadas,em Taperoá, na Paraíba.

Em Taperoá, localizado na microrregião do Cariri Ocidental, na mesorregião da Borborema, está o grande palco inspirador das suas peças de teatro, romances e poesias. São homens e mulheres que lutam pela sobrevivência em plena seca, que sofrem com a miséria e a pobreza, e que, diariamente, o Sol do Nordeste aquecem os sonhos de uma vida melhor antes da morte - Moça Caetana - chegar e degolar. Entre vários sonetos iluminogravados de Ariano Suassuna, destaco um soneto intitulado "A MOÇA CAETANA - A Morte Sertaneja" com tema de Deborah Brennand:

A MOÇA CAETANA - A Morte Sertaneja



Eu vi a Morte, a moça Caetana,

com o Manto negro, rubro e amarelo.

Vi o inocente olhar, puro e perverso,

e os dentes de Coral da desumana.



Eu vi o Estrago, o bote, o ardor cruel,

os peitos fascinantes e esquisitos.

Na mão direita, a Cobra cascavel,

E na esquerda a Coral, rubi maldito.



Na fronte, uma coroa e o Gavião.

Nas espáduas, as Asas deslumbrantes

que, ruflando nas pedras do Sertão,



pairavam sobre Urtigas causticantes,

caules de prata, espinhos estrelados

e os cachos do meu Sangue iluminado.



Suassuna, taperoaense por alma, acadêmico da Academia Taperoense de Letras, grande Gavião Sertanejo, em outra entrevista à Rede Globo enfatizou: "A literatura é uma forma de protestar contra a morte. Na minha visão, a literatura e a arte em modo geral é uma forma precária, mas ainda assim poderosa de afirmar a imortalidade. Na minha visão também, o homem não nasceu para a morte, o homem nasceu para a vida, para a imortalidade".

Acredito,que uma das coisas que Suassuna mais gosta na vida é de ler, pois desde criança, adora ler e reler livros. Acredito, que outra coisa,é escrever poesias!

Em outra entrevista, agora para o cineasta paraibano Marcus Vilar, Ariano Villar Suassuna destacou: "Uma nação que não respeita a sua língua e nem respeita a sua cultura e nem se respeita a si próprio, perde a sua identidade e pode perder até sua independência. Coisa muito importante à cultura e é o primeiro bem cultural com o qual a gente entra em contato quando nasce é a língua". Ariano Suassuna, ao lado do escritor pernambucano Hermilo Borba Filho, foi um dos fundadores do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP), em 1946, e do Teatro Popular do Nordeste (TPN), em 1959. Escutem, pra mim, viu, o Suassuna é o Shakespeare do Brasil!

Em 1611, 400 anos atrás, William Shakespeare escreveu: "Somos feitos da mesma substância dos sonhos". Em 1971, 360 anos depois, Ariano Suassuna escreveu: "Nós somos prisioneiros dos sonhos".

O poeta paraibano Ariano Villar Suassuna mora em Recife, Capital do Estado de Pernambuco, desde 1942. Ele é apaixonado pela cultura pernambucana, pela alegria dos pernambucanos com o seu frevo, com o seu maracatu rural, com o seu forró, com os seus cordéis e com o seu rico artesanato. Em 1993 foi convidado pelo então Governador Miguel Arraes para assumir a Secretaria de Cultura de Pernambuco. O ex-secretário de Cultura e atual assessor especial do Governador Eduardo Campos é o maior defensor da cultura popular. Na terra do Rei do Baião, Suassuna é pernambucano de coração, rubro-negro e socialista do Rio Capibaribe que transporta os barcos da esperança por um mundo melhor. Mas a grande paixão de Ariano é a sua esposa Zélia de Andrade Lima Suassuna, pernambucana nascida em Recife, e para ela escreveu uma Ode intitulada "A ZÉLIA". O casal tem seis filhos (Joaquim, Maria, Manoel, Isabel, Mariana e Ana Rita) e treze netos. Para Ariano Suassuna o melhor lugar do mundo é a sua casa em Casa Forte e o amor da sua vida é Zélia Suassuna. Ariano aos 20 anos se apaixonou por Zélia com 16 anos na Rua Nova e foi amor à primeira vista: "É um amor que até hoje não acabou, e nem vai acabar, nunca! É amor para o resto da vida!".

Em sua aula espetáculo no SESC Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, em 30 de abril de 2011, Ariano Suassuna revelou: "Meu pai governou a Paraíba de 1924 a 1928. E eu nasci no Palácio do Governo. Porque eu sou de 1927. Aí, um dia, eu fui, já em mil e novecentos e sessenta e tanto, não, não, foi depois (...). Aí, eu fui ao Palácio do Governo da Paraíba. Aí, uma guarda me barrou: O senhor não pode entrar não! Eu disse: Por quê? Ele disse: Porque está sem gravata. Pois veja como são as coisas, essa a segunda vez que estou entrando aqui, e na primeira entrei nu, e ninguém reclamando, e agora por uma simples gravata, você não quer deixar entrar. Ele ficou espantado olhando para mim. Enfim, me deixaram entrar".



No Palácio da Redação, antes de chegar ao seu histórico quarto, existe um corredor com a Galeria dos ex-Governadores do Estado da Paraíba. Entre as pinturas em tela com imagens dos ilustres ex-Governadores, destaco João Suassuna, Presidente do Estado da Paraíba entre 22 de outubro de 1924 e 22 de outubro de 1928, o que atualmente corresponde a Governador. Ariano Villar Suassuna é o oitavo e último filho homem de nove filhos (João Suassuna Filho, Saulo, Lucas, Selma, Marcos, Beta, Magda, Ariano e Germana) do casal João Suassuna e Rita Villar. Ariano Villar Suassuna aos três anos de idade ficou órfão com a morte do seu pai, assassinado no Rio de Janeiro (antiga e segunda capital do Brasil) aos 44 anos. Ressalto o poema de 1980, denominado "A ACAUHAN - A MALHADA DA ONÇA" com mote de Janice Japiassu e dedicado ao seu amado pai, João Suassuna:

  

A ACAUHAN - A MALHADA DA ONÇA



Aqui morava um Rei, quando eu menino:

vestia ouro e Castanho no gibão.

Pedra da sorte sobre o meu Destino,

Pulsava, junto ao meu, seu Coração.



Para mim, seu Cantar era divino,

Quando, ao som da Viola e do bordão,

cantava com voz rouca o Desatino

o Sangue, o riso e as mortes do Sertão.



Mas mataram meu Pai. Desde esse dia,

eu me vi, como um Cego, sem meu Guia,

que se foi para o Sol, transfigurado.



Sua Efígie me queima. Eu sou a Presa,

Ele, a Brasa que impele ao Fogo, acesa,

Espada de ouro em Pasto ensanguentado.



Em 1921, quando Presidente do Estado, o catoleense João Suassuna através da Imprensa Oficial da Paraíba mandou editar a obra-prima do romancista paraibano José Américo de Almeida, "A Bagaceira". O renomado areiense José Américo de Almeida foi Governador da Paraíba de 31 de janeiro de 1951 a 31 de janeiro de 1956.



Entre imagens dos ex-Governadores falecidos da Paraíba no Palácio da Redenção, destaco também o Governador Antônio Mariz, que governou o Estado de 01 de janeiro de 1995 a 16 de setembro de 1996, quando morreu de câncer de pulmão, o qual tive a honra de conhecer ao lado meu querido pai, o Professor Paulo Galvão, na sede da Associação Paraibana de Imprensa. Nos meses em que governou a Paraíba, o pessoense Mariz substituiu o piso do Palácio da Redenção, localizado na Praça João Pessoa, s/n, Centro, alegando que era composto de imagens da cruz suástica (cruz curva preta), símbolo do antigo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães ou Partido Nazista e liderado pelo ditador austríaco Adolf Hitler. O Führer da nação alemã pregava a superioridade da raça pura, onde apenas os louros de olhos azuis, faziam parte desse seleto grupo de super-homens arianos. Não podemos jamais nos calar: "Assassino de seis milhões de judeus, de 20 milhões de russos e de 462 brasileiros na Segunda Guerra Mundial!".



Já entre imagens dos ex-Governadores vivos, único que é meu amigo é Milton Cabral, que governou a Paraíba entre 15 de junho de 1986 e 15 de março de 1987. Milton Bezerra Cabral é natural de Umbuzeiro, localizado na microrregião de Umbuzeiro, na mesorregião do Agreste Paraibano. Em breve, Milton Cabral lançará um livro sobre a Geografia e a Economia do Estado aos 90 anos de idade.



Já no histórico e lindo salão azul do Palácio da Redenção, podemos encontrar quadros dos ex-Presidentes do Estado da Paraíba. Com certeza absoluta, destacamos os Presidentes João Suassuna e João Pessoa (umbuzeirense que governou o Estado de 22 de outubro de 1928 a 26 de julho de 1930). No nobre salão azul, podemos encontrar o clima e o estopim da Revolução de 1930, um dos momentos mais importante da história do Brasil no século XX! Historicamente, enfatizo que o deputado federal João Suassuna na véspera de ser assinado pelas costas pelo pistoleiro Miguel Alves de Souza, na Rua do Riachuelo, no dia 09 de outubro 1930, no Rio de Janeiro, escreveu suas últimas palavras numa carta para sua amada esposa Rita de Cássia Dantas Villar (desterrense e prima de João Dantas, assassino do Presidente João Pessoa, no dia 26 de julho de 1930, em Recife). João Suassuna em 08 de outubro de 1930 escreveu: "se eu desaparecer e não nos virmos mais neste mundo de tristezas e dores pingentes, pode você assegurar aos nossos adoráveis filhos que sou inocente na morte de João Pessoa (...). A todos os nossos parentes e amigos leais, deve você minha amada mulher dar essas minhas declarações, caso venha a perecer como é possível, para que nenhum tenha a mais ligeira dúvida sobre a minha inocência".



O poeta paraibano Ariano Villar Suassuna aos 84 anos está escrevendo a mão a sua maior obra literária desde 1981. Na sua fazenda em Taperoá, Suassuna numa entrevista à Rede Globo revelou pela primeira vez: "(...) O livro vai constar de quatro romances. Quatro romances. O primeiro dos quais será a nova versão da Pedra do Reino, que eu já estou reescrevendo. Então, o primeiro livro vai ser A Nova Pedra do Reino. O segundo vai se chamar Quaderna, o Decifrador, que é a conclusão da Pedra do Reino. O terceiro vai se chamar A Onça Castanha. E o quarto vai se chamar O Palco dos Pecadores. Então, em um todo formam um conjunto que se chama A ILUMIARA". Cada página deste futuro livro será ilustrada com as lindas gravuras do próprio Ariano Suassuna.



Segundo Bira Delgado, cantor, compositor, poeta paraibano, ex-diretor artístico do Colégio Marista Pio X e atual coordenador da Unidade Cultural Casarão 34 da Prefeitura Municipal de João Pessoa, meu amigo e de Ariano Suassuna, "Ele é um grande contador de histórias. É o maior escritor vivo da Literatura Brasileira. A sua poesia é grande fonte da sua obra literária. Depois que tive acesso aos seus sonetos, foi bem mais fácil compreender melhor a riqueza da sua obra. Para mim, este é o "cabra" para o Prêmio Nobel de Literatura de 2011". Entre os sonetos iluminogravados do poeta paraibano Ariano Villar Suassuna, destacamos também o soneto intitulado "O AMOR E O DESEJO" com tema de Augusto dos Anjos (poeta, patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras e o Paraibano do Século XX):

O AMOR E O DESEJO

Eis afinal a Rosa, a encruzilhada,

Onde pulsa, cantando, o meu desejo.

Emerges a meu Sangue malfazejo,

Onça-do-sonho, Fronte coroada!



Ao garço olhar e à vista entrecerrada,

teu sorriso é enigmático e sem pejo.

Sobre os Peitos de cisne, ó Cisne-negro,

vejo Estrelas castanhas desplumadas.



Embaixo, a Dália-escura, aberta ao Dardo

a Fonte, a concha, a púrpura, a Coroa!

E brilha, ao fogo dessa Chamaparda,



a Leoparda, a Tigre, a Rosa-Cardo,

abandonada às Onças, às Leoas

e ao Cio escuso das Panteras-magras.



Na aula espetáculo em São Carlos, interior do estado mais rico e mais populoso do Brasil, este grande conterrâneo falou: "Eu não me conformo com a injustiça, por isso eu sou um homem da esperança. Eu sei que isto é muito difícil, mas eu tenho esperança de um dia ver acabar a injustiça, essa injustiça terrível, que no Brasil dilacera a todos nós, nos separando, a nós privilegiados do povo mais pobre". Estou muito distante da capital da tecnologia no País, mas aponto que, só com grandes investimentos em educação de qualidade, a maior economia da América Latina, entrará no seleto grupo das nações desenvolvidas.

Prezado Ariano, eu moro com a minha família na Avenida Capitão João Freire nos Expedicionários, bairro em homenagem póstuma aos heróis da Pátria! Eu sou também um "Poeta Desconhecido". É verdade! O meu primeiro livro digital de poesia intitulado "O ECLIPSE", foi lançado no site em português do jornal russo Pravda (verdade em português) nas comemorações alusivas aos 447 anos de nascimento e 395 anos de falecimento do maior dramaturgo do mundo, o poeta inglês William Shakespeare (1564-1616), e já divulgado nos sites Zwela Angola (Angola), Enciclopédia (Portugal), Jornal Correio do Brasil e Minuto Notícias (Brasil).

Estimado Suassuna, como economista paraibano sou autor de dois livros digitais de Economia, o primeiro intitulado "RBCAI", iniciais em português de Rússia, Brasil, China, África do Sul e Índia, lançado no dia 13 de agosto de 2009 - Dia do Economista, no site em português do jornal Pravda; o segundo livro denominado "Reflexões Socioeconômicas", lançado no dia 29 de setembro de 2010 no auditório do SEBRAE-PB, nas comemorações alusivas aos 30 anos do CORECON-PB.

Há anos venho pesquisando os principais indicadores sociais e econômicos dos países desenvolvidos como os Estados Unidos, Alemanha, Japão, França e Espanha e, sobretudo, dos países emergentes como a Rússia, Brasil, China, África do Sul e Índia (RBCAI). Caro Suassuna, estamos mal acostumados a dizer que quando a situação está difícil, caótica, feia, preocupante... "a situação está russa". Acredite, para mim, na situação vigente da economia mundial, "a situação está espanhola". A Rússia será a sexta economia do mundo, segundo o banco de investimento norte-americano Goldman Sachs. E o Brasil será a quinta economia no ranking das dez maiores economias do mundo em 2050!

Muitos brasileiros dizem que "a situação está ruça", pois o ruço nesta frase significa difícil. Muitos escrevem erroneamente que "a situação está russa", escrevendo e pensando com dois s e, sobretudo, fazendo uma analogia as condições da ex-União Soviética (atual Federação Russa), que eram muitos difíceis. De acordo com o pensamento de Frederico Bolchav, "A situação está russa...". Apenas algum tempo depois de chegar ao Brasil, descobri que o ditado acima descrito significava que "algo estava ruim". Mas porquê se apropriaram, de forma depreciativa, da identidade de um povo a respeito do qual, ao que me parece, pouco se conhece? Será isso fruto da representação que se fez de tempos passados, quando a União Soviética entrou em crise e, logo depois, vergou-se ao capitalismo?".

Estimado Suassuna, agora eu pergunto: Por que quando a pessoa está com sérios problemas, com grandes dificuldades, ela diz "a situação está russa"? Você já parou para pensar sobre isso? Então, é uma boa pergunta, para uma bela resposta sertaneja. Penso que estamos mal acostumados com este antigo e conhecido ditado popular e, sobretudo, errados no tempo.

Na verdade, a Rússia agora é um país capitalista, tem 500 milionários, lá vigora a economia de mercado. A Rússia produz e exporta petróleo, gás natural, carvão, madeira, cevada, sementes de girassóis, trigo, aviões, submarinos, tanques, trens, helicópteros, satélites. Não tem desemprego alto como alguns países europeus, nem tão pouco elevado analfabetismo como alguns países sul-americanos. A Rússia será a sede das Olímpiadas de Inverno de 2014 e da Copa do Mundo FIFA de 2018.

Estimado Suassuna, na verdade, são poucos os brasileiros que gostam da Rússia, a grande maioria está por demais influenciada pelos Estados Unidos ou por países membros da União Europeia. Suassuna, quantas vezes você leu os livros Guerra e Paz e Anna Karenina de Tolstói? Quantas vezes você releu os livros Crime e Castigo, Os demônios e Os Irmãos Karamazov de Dostoiévski?

O poeta paraibano Ariano Villar Suassuna levou muito a sério as sábias palavras do maior escritor russo de todos os tempos, León Tolstói: "Escreve sobre tua província e serás universal". Tolstói pregou e viveu uma vida simples no maior país do mundo e em respeito à natureza em pleno século XIX.

Em sua famosa obra "Romance d'A Pedra do Reino e o princípie do sangue do vai-e-volta", Suassuna cita várias vezes a ex-União Soviética (atual Rússia). Destaco um diálogo entre três personagens, Dona Carmem Torres Martins, Frei Simão e Comendador Basílio Monteiro sobre a invasão armada da União Soviética a Taperoá no Cariri Paraibano. Dona Carmem Torres Martins: "Num país de verdade como a Inglaterra ou Estados Unidos isso nunca poderia acontecer". Frei Simão: "Eu estou acompanhando o racíocinio de vocês. Mas por que motivo a União Soviética ia querer invadir Taperoá?". Comendador Basílio Monteiro: "E por que não eminência? O Cariri Paraibano é uma região estratégica. Os comunistas são muitos organizados. Vocês pensam que lá em Moscou eles não conhecem Taperoá!".

Faço votos que sua rica obra literária seja traduzida para a Língua Russa! Hoje, Ariano Suassuna, na verdade, estou tentando mudar de "a situação está russa" - que para mim não é verdadeira do ponto de vista econômico, social, histórico, esportivo, cultural e psicológico - para "a situação está espanhola". A Espanha amarga sucessivos problemas econômicos e sociais desde o início da crise econômica mundial em 2008, ao ponto de ser, hoje, um dos cinco países europeus do problemático PIIGS (Portugal, Italy, Irland, Greece and Spain). Em inglês, o acrônimo significa porcos. Eita miséria... Uma grave crise econômica na terra de Frederico Garcia Lorca! A poderosa Espanha, com elevada dívida pública e privada, agora é uma "porca"! O Reino da Espanha, recentemente, sofreu um terremoto que matou mais de 10 pessoas na cidade de Lorca. Lá, movimentos populares em dezenas de cidades foram tomadas por fortes protestos, e a capital, Madrid, sendo palco de manifestações contra o corte no orçamento de programas sociais e de incentivos à produção, que levou ao aumento do desemprego e ao empobrecimento da população. A Espanha tem uma taxa de desemprego de 21,3% da PEA (População Economicamente Ativa), a maior dos 27 países membros da União Europeia.

Os jovens espanhóis desde 15 de maio de 2011 protestam muito na Plaza la Puerta del Sol, em Madrid, contra o caótico cenário econômico e social vigente! Protestam contra o aumento da idade mínima para a aposentadoria de 65 pra 67 anos e pelas famílias despejadas dos imóveis pelas enormes dívidas imobiliárias. Eles intranquilos gritam: "Sin Pan, No Habrá Paz". O desemprego atinge 43,5% dos jovens espanhóis.

Outra informação que reforça que "a situação está espanhola" é porque existem inúmeras queixas brasileiras de detenção e deportação sem motivo de turistas, excursionistas e profissionais brasileiros, nos aeroportos espanhóis. Suassuna, o preconceito contra os brasileiros é grande na terra de Miguel de Cervantes. Sem falar da violência e das ameaças de morte que nós da terra de José Lins do Rego sofremos dos espanhóis bêbados e drogados! Precisamos abrir os olhos e enxergar o que óbvio! Sim, a situação está espanhola e não russa!

Ariano Suassuna já foi tema de enredo da escola de samba Império Serrano no carnaval carioca de 2002 e da escola de samba Mancha Verde no carnaval paulista de 2008. O poeta paraibano Ariano Villar Suassuna sempre diz a todos em suas entrevistas e nas aulas espetáculos a sábia frase do maior escritor espanhol de todos os tempos, Cervantes (1547-1616): "A Língua Portuguesa é a língua mais sonora e musical do mundo!". O Português é a quinta língua mais falada no mundo.

Hoje, escrevo para homenagear os 84 anos de Ariano Suassuna. Poeta vem para cá com Zélia e de "Sport fino", vocês serão muito bem-vindos! Vamos ler e declamar as suas, as minhas e as poesias de Augusto dos Anjos, de Sérgio de Castro Pinto, de Hildeberto Barbosa Filho e de Bira Delgado no auditório da Academia Paraibana de Letras, no dia nublado e rubro-negro. No final, vamos beber água de coco na terra onde o Sol nasce primeiro. Enfim, meu caro poeta Ariano Villar Suassuna, desejo muito êxito! Muita saúde! Muita poesia! Que suas poesias perdurem para sempre! Oxente, eu quase ia me esquecendo... Meus Parabéns! Feliz Aniversário!

Paulo Galvão Júnior
Economista e Poeta Paraibano
João Pessoa - Paraíba - Brasil

domingo, 19 de junho de 2011

História da Paraíba: Um barão com fama de visionário‏

A localidade que todos conhecem como a Praia de Pitimbu já se chamou Abiaí em homenagem a um jornalista, político e advogado que ostentou o título de barão de Abiaí. Silvino Elvídio Carneiro da Cunha, primeiro e único barão de Abiaí, nasceu na Província da Paraíba, no Período Imperial, em 1813, e morreu em Recife, no ano de 1892. Foi o último presidente da Paraíba do Período Imperial e se destacou na administração pública. Além da Paraíba, teve notórias passagens no governo imperial do Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte. Considerado um visionário, foi dele a iniciativa dos trabalhos das primeiras linhas de telégrafos, que ligariam a Cidade da Paraíba do Norte a Recife.
O barão passou a infância na localidade onde hoje é o município de Alhandra. Logo, aos 17 anos mudou-se para Pernambuco com o objetivo de cursar direito na cidade de Olinda. Em 1853, com o título de bacharel em mãos, retorna à Paraíba e inicia seus trabalhos como advogado, atuando no foro da capital. Também foi inspetor da alfândega da Paraíba, do Amazonas e do Maranhão. Além de delegado de policia, promotor público e secretário do governo, foi também diretor da instrução pública e procurador fiscal da Fazenda na Paraíba e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco.
Era filho do comendador Manoel Florentino Carneiro da Cunha e de dona Rita Maria da Mota. Seguindo os passos de seu pai, ingressou nas hostes do Partido Conservador, elegendo-se deputado provincial para a legislatura de 1856-1857. Retornou à Assembleia Legislativa em 1862, quando já era considerado um dos maiores próceres de seu partido, à época, liderado na Província por seu tio Joaquim Manoel Carneiro da Cunha, e com a morte deste, ocorrida em 1870, ascendeu à chefia da referida agremiação política.
Ávido por poder
Para o historiador e autor do livro "Paraíba - Lutas e Resistências", José Otávio de Melo, o barão de Abaiaí era um político ávido pelo poder e não contemplava a execução de obras. "Ele fez escola e há muitos políticos que atualmente seguem a tendência que ele implantou, ou seja, aquele político que chega ao poder e só pensa em aumentar o poder e conseguir títulos", afirma o professor.
Com o apelido de "gato ruivo", em virtude da cor de seus cabelos, o barão de Abiaí foi por três vezes presidente da província da Paraíba. "Ele era de um partido muito conservador, mas foi marcado pela contradição. Foi atuante no período imperial, mas aderiu à República quando o governo imperial não tinha mais fôlego", destaca José Otávio.

sábado, 18 de junho de 2011

CURIOSIDADES DE UM PAÍS DE LOUCOS

Um motorista do Senado ganha mais para dirigir um automóvel do que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata !

Um
ascensorista da Câmara Federal ganha mais para servir os elevadores da casa do que um oficial da Força Aérea que pilota um Mirage.

Um
diretor que é responsável pela garagem do Senado ganha mais que um oficial-general do Exército que comanda uma Região Militar ou uma grande fração do Exército.

Um
diretor sem diretoria do Senado, cujo título é só para justificar o salário, ganha o dobro do que ganha um professor universitário federal concursado, com mestrado, doutorado e prestígio internacional.

Um
assessor de 3º nível de um deputado, que também tem esse título para justificar seus ganhos, mas que não passa de um "aspone" ou um mero estafeta de correspondências, ganha mais que um cientista-pesquisador da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, com muitos anos de formado, que dedica o seu tempo buscando curas e vacinas para salvar vidas.
O SUS paga a um
médico, por uma cirurgia cardíaca com abertura de peito, a importância de R$ 70,00, equivalente ao que uma diarista cobra para fazer a faxina num apartamento de dois quartos.Há uma medida provisória de dezembro/2010, criando Comi$$ão para gerenciar as obras do Mundial de Futebol, com 485 cargos comissionados, sendo que mais de 100 cargos com salários de R$ 22.000,00 (Mirian Leitão - CBN) .

PRECISAMOS URGENTEMENTE DE UM CHOQUE DE MORALIDADE NOS TRÊS PODERES DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS, ACABANDO COM OS OPORTUNISMOS E CABIDES DE EMPREGO.

OS RESULTADOS NÃO JUSTIFICAM O ATUAL NÚMERO DE SENADORES, DEPUTADOS FEDERAIS, ESTADUAIS
E VEREADORES.

TEMOS QUE DAR FIM A ESSES "CURRAIS" ELEITORAIS, QUE TRANSFORMARAM O BRASIL NUMA
OLIGARQUIA SEM ESCRÚPULOS, ONDE OS NEGÓCIOS PÚBLICOS SÃO GERIDOS PELA “BRASILIENSE COSA NOSTRA”

O PAÍS DO FUTURO JAMAIS CHEGARÁ A ELE SEM QUE HAJA RESPONSABILIDADE SOCIAL COM OS
GASTOS PÚBLICOS.

JÁ PERDEMOS A CAPACIDADE DE NOS INDIGNAR.

PORÉM, O PIOR É ACEITARMOS ESSAS COISAS, COMO SE TIVESSE QUE SER ASSIM MESMO, OU QUE NADA TEM MAIS JEITO.
VALE A PENA TENTAR.

Justiça suspende interdição dos bares do Bessa e estabelecimentos voltam a funcionar

Justiça suspende interdição dos bares do Bessa e estabelecimentos voltam a funcionar
Justiça suspende interdição dos bares do Bessa e estabelecimentos voltam a funcionar neste sábado

A Justiça suspendeu, através de uma liminar, na tarde desta sexta-feira (17) os autos de interdição dos bares do Bessa que estavam fechados por 15 dias por determinação da Vigilância Sanitária de João Pessoa.

A alegação para o fechamento era de que havia falta de licença sanitária. Os bares interditados foram Peixe Elétrico, Golfinhos Bar, Maré Bar, Coqueiros Bar, Malibu Bar, Estaleiro Bar, Fava do Gil e Marisol Bar.

Diante a decisão da Justiça a partir de amanhã todos os estabelecimentos voltarão a funcionar normalmente e já a partir da próxima semana os proprietários irão providenciar a licença atendendo as determinações da Vigilância Sanitária.

PB Agora 

terça-feira, 14 de junho de 2011

domingo, 12 de junho de 2011

HISTORIA III - Governador morto em 1930 quando exercia mandato‏

A preocupação com a segurança do chefe de estado não é à toa. Desde que assumiu o governo da Paraíba, Ricardo Coutinho já precisou enfrentar uma onda de protestos organizados por várias categorias, ainda que nenhuma tenha ameaçado a vida do gestor.
A mais recente delas foi também a mais ousada, quando funcionários da rede estadual de ensino ocuparam o Palácio da Redenção, no Centro de João Pessoa, exigindo o reajuste salarial fixado pelo piso da categoria. O resultado foi o confronto direto entre os manifestantes e os policiais militares responsáveis pela segurança do governo.
Apesar de representar um momento delicado, o chefe da Casa Militar afirma que situações como essas não são novidade para a PM. "Já houve invasões assim em outros governos, mas nunca tivemos incidentes com os governadores", ressalta o coronel Chaves. Ele, que também foi responsável pela segurança no governo de Cássio Cunha Lima (PSDB), diz que os protestos são comuns e não chegam a ameaçar a vida dos governantes. A maior preocupação é com os casos de insatisfação não declarados.
Essa também é a opinião do cientista político Jaldes Meneses. Segundo ele, os protestos de classes são comuns e resultado da atividade política no estado que sempre foi "muito radicalizada".
"Na Paraíba, essa luta política é corrente, apesar de estar mais exacerbada neste governo", reconhece o especialista. Mesmo assim, Jaldes não acredita que Ricardo Coutinho esteja correndo algum perigo real. "Não acho que ele esteja em risco. Já tivemos invasão no Palácio antes e tivemos a Revolução de 1930 que foi o auge dos protestos no estado", lembra.
Revolução de 1930
Em 1930 o único atentado contra a vida de um chefe de estado paraibano da história foi usado como motivo para a Revolução que mudou o cenário político do país.
O assassinato do então presidente da província de Paraíba, João Pessoa, por seu desafeto pessoal e político, João Dantas, em Recife (PE), provocou a revolta dos paraibanos e foi usado por Getúlio Vargas para dar o golpe de estado que reescreveu os cursos da democracia brasileira. Na ocasião do atentado, João Pessoa não estava despachando no Palácio ou em missão pela Paraíba, foi em um momento de lazer que o político perdeu a vida. Outro caso envolvendo autoridades foi o atentado sofrido pelo ex-governador Tarcísio Burity, cometido pelo então governador Ronaldo Cunha Lima, em 1993. Nesta ocasião, a segurança do governador não conseguiu evitar que Ronaldo disparasse os tiros.
Quando era governador Burity também chegou a denunciar uma suposta tentativa de homicídio, mas o caso não teve repercussões. Para alguns, foi apenas um episódio que tinha intenções políticas, sem maiores desdobramentos. 
Desde o atentado que vitimou fatalmente João Pessoa, então presidente da Parahyba (antiga denominação para a capital), em 1930, a segurança dos chefes de estado é observada com cautela pelo gabinete militar. Atualmente, homens especialmente treinados são colocados à disposição dos gestores no intuito de detectar possíveis ameaças. O assunto é tratado com seriedade pelo governo, mesmo assim, o atual chefe do executivo mandou reduzir o efetivo no Palácio na Redenção. Uma decisão arriscada na opinião dos responsáveis pela segurança do governador.
Segundo informações do gabinete militar, depois que assumiu o governo, em janeiro deste ano, Ricardo Coutinho (PSB) ordenou a diminuição em um terço do efetivo que fazia sua segurança, de sua família e de seus auxiliares. O resultado é que aproximadamente duzentos homens são responsáveis por zelar pela vida do alto escalão do governo. "São cinquenta homens por dia apenas, o que é insuficiente", afirma o coronel Fernando Antônio Soares Chaves chefe da Casa Militar.
O coronel explica que a determinação do governador foi para devolver os policiais ao Comando-Geral, de modo a aumentar o policiamento nas ruas do estado. "Ele sacrificou o próprio efetivo pessoal para melhorar a segurança dos paraibanos", garante. Com a redução de seus homens, o coronel precisa garantir que o próprio governador, sua família e seus auxiliares não corram risco de vida.
"Precisamos dividir o efetivo por escala, férias, folga e eventuais atestados médicos. Está sendo muito difícil, mas conseguimos acompanhar todos", enfatiza o coronel Chaves. A família do governador também é motivo de preocupação da Casa Militar. Esposa, filhos e irmãos de Ricardo Coutinho também recebem orientações de comportamento em público e são observados por homens da segurança.
Sobre a colaboração do governador no trabalho dos policiais, o chefe da segurança explica que o socialista tem contribuído com sua segurança, contudo algumas situações ainda provocam estado de alerta dos homensque o acompanham. "Por sua própria função ele acaba se expondo muito quando entra em contato com o povo", comenta o coronel. Ele também diz que Ricardo reluta em mudar a rotina e muitas vezes quer dispensar o uso dos seguranças. "Mas o estamos convencendo de que é importante mantê-la sempre", assegura. 

Paraíba Hoje

quarta-feira, 1 de junho de 2011

História:Tragédia na lagoa de João Pessoa 1975‏

Na tarde de domingo do dia 25 de agosto de 1975, o jornalista Gilvan de Brito teve um sonho nebuloso: nas brumas oníricas, estava com amigos que já haviam morrido e sendo perseguido por criaturas de olhos flamejantes com rostos enfurecidos.
Não sabia ele que o presságio se desdobraria para a realidade naquele Dia do Soldado, no auge da Ditadura Militar no país. Para celebrar a data, o exército promoveu durante a semana, a céu aberto, uma exposição no Parque Solon de Lucena, em João Pessoa. O evento mostrava equipamentos bélicos obsoletos, usados na Primeira Guerra Mundial, com algumas armas, metralhadoras, tanque ‘mata-mosquito’ e fotos espalhadas entre o Cassino da Lagoa e a subida da rua Sinésio Guimarães.
Gilvan não se animou com a ideia de sua mulher de levar seus três filhos para apreciar tal exposição, principalmente por se lembrar das inúmeras vezes que era convocado pela junta militar para explicar seus textos jornalísticos.
Chegando lá, a principal atração era uma espécie de embarcação de porte médio chamada portada, instalada nas águas da lagoa. “Pode ver nas fotos de Djalma Góes da época, a lotação normal do barco, que era de 60 pessoas. Na última viagem tinha quase 200 passageiros em pé, 95 por cento de crianças”, relata Gilvan ao JORNAL DA PARAÍBA.
O sol já se punha quando a portada começou a afundar no meio do trajeto. “Eu presenciei, fui à rádio dar a notícia e quando voltei, ainda vi o barco afundar”, relembra o jornalista. “Os bombeiros ouviram meu chamamento e chegaram em quatro minutos porque a corporação funcionava bem pertinho, à rua Maciel Pinheiro. Foi só subir o Ponto de Cem Réis e descer pela Padre Meira, a rua mais próxima do ocorrido.”
Mas o resultado do fatídico incidente foi o saldo de 35 mortos, sendo 29 crianças, na faixa etária de três a 12 anos. Quase 36 anos depois, Gilvan de Brito remonta o ocorrido com reminiscências e pesquisa em Opus Diaboli - A Lagoa e outras tragédias, livro produzido através do Fundo Municipal de Cultura (FMC) da Prefeitura de João Pessoa.
ABRAÇO DO AFOGADO
Segundo Nota Oficial emitida pelo 1º Grupamento de Engenharia, em dado momento da travessia, houve um alarde de que a embarcação estava fazendo água, o que causou o pânico. As pessoas se aglutinaram na frente da portada, fazendo com que o barco submergisse com o peso. A única medida de segurança não evitou as mortes: um bote pneumático ao lado da portada.
Entre as vítimas, um sargento que pilotava o batelão e um soldado, que morreu no terceiro mergulho de salvamento, imobilizado por uma desesperada jovem, afogando-os para o fundo da poluída lagoa.
A tragédia saiu estampada nas capas da Veja, Manchete, IstoÉ, Fatos e Fotos, Folha de S. Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, entre outras publicações no âmbito nacional. “A mídia na época estava sob censura. Tinha um funcionário do governo na ‘boca da máquina’ todas as noites para autorizar –ou não– os textos dos repórteres”, relembra Gilvan. “O meu texto não ficou de fora dessa prática generalizada da ditadura, com o agravante de que o fato dizia respeito a eles próprios num episódio onde foram os principais culpados pela falta de segurança e superlotação.”
O escritor ainda faz um apanhado de ‘outras tragédias’ que aconteceram na Lagoa e na Paraíba. São recortes históricos e jornalísticos que vão desde 1501, quando uma expedição pré-colonial sofreu uma emboscada pelos nativos no lugar onde hoje é chamado de Baía da Traição, passando pelas vítimas de cólera no século 19 e o rompimento da barragem de Camará, no município de Alagoa Grande, em 2004.
DOCUMENTÁRIO NO CORAÇÃO DA CIDADE
O cineasta e diretor de fotografia João Carlos Beltrão tinha apenas três anos e estava em Alagoa Grande quando aconteceu a tragédia. Desde os 15 anos, o paraibano passou boa parte de sua vida morando na rua Princesa Isabel, nas imediações do Parque Solon de Lucena.
Munido desse convívio íntimo e cotidiano com o lugar, João teve a ideia de produzir um documentário colocando a Lagoa como pano de fundo. O que ocorreu em 1975 não será o foco principal, mas será um bloco importante para o longa-metragem. “Minha preocupação não é o fato (da tragédia) em si, mas discutir além disso como a questão da memória”, avisa. “João Pessoa sabe do fato, porém perdeu a dimensão.”
Com uma gama de registros audiovisuais capturados, João Carlos tem desde imagens raras de 1947, até depoimentos de nomes famosos como o cantor Zé Ramalho, cujo um amigo e músico da banda se matou nas águas turvas da lagoa. Outras questões como o aterramento do local, acidentes envolvendo veículos, manifestações políticas e artísticas, entre outros temas, também serão acobertados na produção.
Segundo Beltrão, a partir de agosto vai “sentar a pua” no projeto, arrematando as histórias e preparando o documentário – ainda sem nome– para ser lançado em 2012.
Com a devida venia a Paraíba Hoje