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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Muito além do salário

Os encargos sobre o trabalho no Brasil estão entre os mais altos do mundo. É que diz o relatório Doing Business, compilado anualmente pelo Banco Mundial para analisar o ambiente de negócios de 183 países, apontando uma taxação equivalente a 46% do lucro de uma empresa de porte médio no período de um ano. Comparando aos Estados Unidos, a proporção é de 9,6%.
Surpreende estes indicadores? A mim, nadica de nada. Seria uma gafe se pensasse de forma diferente. É uma mera constatação da realidade. Já faz bastante tempo que os custos trabalhistas no Brasil estão entre os mais elevados. Dependendo da empresa, variam de 70% a mais de 100% sobre os salários.
Causa-me repúdio e indignação saber que o processo de Reforma Tributária se arrasta no Congresso e tudo cheira a uma monumental pizza. Faz-se de tudo para abafar e escamotear, mesmo sabendo que a multiplicidade de contribuições amarradas à folha de pagamento sobrecarrega o setor produtivo, de tal forma que passa a ser um peso que tira a maior parte da competitividade das empresas e limita a criação de mais emprego.
Pergunto: Os empresários, por acaso, sabem quanto pagam e para onde vai esse dinheiro dos encargos trabalhistas? Ora, segundo uma pesquisa exclusiva realizada pelo Ibope a pedido da Fundação das Indústrias do Estado de São Paulo, revelou que muitos empresários nem mesmo sabem quantos tributos recolhem ou quanto pagam por cada Contribuição, e tampouco, a destinação desses recursos.
A maioria de nossos parlamentares, imbuídos de viés eleitoreiros e populistas, atua como cão de guarda para a preservação das regras atuais. São aqueles apocalípticos que torcem para que as coisas em nosso Brasil varonil não dêem certo – quando visa o interesse próprio. O pior é que essa montanha de recursos (R$ 177 bilhões apenas o setor industrial, sem contar R$ 49 bilhões do FGTS – dados de 2008) não gera os dividendos esperados para a sociedade.
O fato, colocado preto no branco, mostra que esse sistema é muito caro, complexo e ineficiente. Como se não bastasse pagar 20% ao INSS sobre o salário de todos os empregados, as empresas têm de arcar com os planos privados de saúde e de aposentadoria se quiserem que o funcionário tenha uma qualidade de vida melhor.
Apesar de seu momento auspicioso, O Brasil é um país sedento de novas ideias, ávido por políticas públicas inovadoras que atendam às suas principais carências. Por isso, na próxima campanha eleitoral, quando os maiores problemas do país serão discutidos, Encargos Trabalhistas serão, sim, assunto obrigatório.

LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e Adm.Empresas

Um comentário:

  1. Dia dez se comemora o Dia da pizza....e em sequência o Dia do Senado...kkkkkk a pergunta que não quer calar é a sequinte: Serão os senadores politicamente incorretos ou o povo politicamente imbecil? bjos.

    Maria josé Evangelista
    (fenixfree2@yahoo.com.br)

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