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quinta-feira, 22 de julho de 2010

O abuso dos cartões de crédito

Acompanho de perto, aliás, juntinho, este pulsante tema, onde o senador Roberto Cavalcanti é seu protagonista beligerante. Cruz credo! Taxa média de juros do cartão de crédito que chega acima de 10% ao mês ou 238% ao ano. Há casos, entretanto, como o cartão do Hiper, que atinge a taxa extorsiva de 540%. Não é por acaso que as empresas credenciadas do segmento tiveram um lucro (2009) de R$ 4 bi, no mercado concentrado pela Redecard e a Cielo (antiga Visanet Brasil).
Nossa! Sem dó mesmo, hein? É de “virar o zoinho” e sentir com mal de Parkinson ao se deparar com encargos cobrados nos extratos de pagamento. É, sim, uma situação vexatória e terrivelmente desconfortável. Mas não nos enganamos. Parcelamento no cartão de crédito é parecido como brincar de roleta- russa, com um revólver cheio de balas. Fica mais caro até do que cheque especial, outro campeão de ganância.
Nesse jogo de muito realismo e poucos princípios, causa-me repúdio e indignação saber que o Banco Central ou o próprio presidente Lula ignora tudo, deixando o mercado de cartão correr livre, leve e solto, facilidade com o qual os antigos agiotas nunca sonharam.
Como não bastasse o turbilhão irracional das taxas de juro, temos ainda que nos submeter a situações acabrunhantes como envio de cartões não solicitados, cobranças indevidas, imposição de aquisição de seguro (deve ser oferecido fora da fatura mensal), dentre outras.
A utilização de “plástico” como meio de pagamento é fantástico, aceito para pagar condomínios, nas feiras e até por camelôs. O problema (sério!) é que o mercado brasileiro de cartão é extremamente concentrado, impede a entrada de novos participantes e, por isso, precisa passar por profundas reformulações para repassar ganhos de escala e benefícios à economia como um todo.
Saiba de uma coisa: é muito difícil, hoje no Brasil, encontrar alguém que não tenha sofrido constrangimento com tais operadoras. Vítima das escabrosas facilidades (parcelamento e valor mínimo para pagamento), diz um velho amigo: “Na hora do ‘aimedeus’, eles não têm complacência, você paga ou seu nome vai parar no rol de ficha suja (SPC e Serasa) e para a cobrança judicial”.
A impressão é de uma colossal piada – de mau gosto, é claro. Pois, essas administradoras não têm o menor escrúpulo, nem ético, nem de compromisso mercado-consumidor, nada. Permitir que continuem praticar negociação vergonhosa e grotesca é, como assevera o ministro do STF Marco Aurélio, o preço que pagamos por viver numa democracia. Preço módico!
Ou melhor: Só no Brasil!

LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e Adm.Empresas

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