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domingo, 12 de junho de 2011

HISTORIA III - Governador morto em 1930 quando exercia mandato‏

A preocupação com a segurança do chefe de estado não é à toa. Desde que assumiu o governo da Paraíba, Ricardo Coutinho já precisou enfrentar uma onda de protestos organizados por várias categorias, ainda que nenhuma tenha ameaçado a vida do gestor.
A mais recente delas foi também a mais ousada, quando funcionários da rede estadual de ensino ocuparam o Palácio da Redenção, no Centro de João Pessoa, exigindo o reajuste salarial fixado pelo piso da categoria. O resultado foi o confronto direto entre os manifestantes e os policiais militares responsáveis pela segurança do governo.
Apesar de representar um momento delicado, o chefe da Casa Militar afirma que situações como essas não são novidade para a PM. "Já houve invasões assim em outros governos, mas nunca tivemos incidentes com os governadores", ressalta o coronel Chaves. Ele, que também foi responsável pela segurança no governo de Cássio Cunha Lima (PSDB), diz que os protestos são comuns e não chegam a ameaçar a vida dos governantes. A maior preocupação é com os casos de insatisfação não declarados.
Essa também é a opinião do cientista político Jaldes Meneses. Segundo ele, os protestos de classes são comuns e resultado da atividade política no estado que sempre foi "muito radicalizada".
"Na Paraíba, essa luta política é corrente, apesar de estar mais exacerbada neste governo", reconhece o especialista. Mesmo assim, Jaldes não acredita que Ricardo Coutinho esteja correndo algum perigo real. "Não acho que ele esteja em risco. Já tivemos invasão no Palácio antes e tivemos a Revolução de 1930 que foi o auge dos protestos no estado", lembra.
Revolução de 1930
Em 1930 o único atentado contra a vida de um chefe de estado paraibano da história foi usado como motivo para a Revolução que mudou o cenário político do país.
O assassinato do então presidente da província de Paraíba, João Pessoa, por seu desafeto pessoal e político, João Dantas, em Recife (PE), provocou a revolta dos paraibanos e foi usado por Getúlio Vargas para dar o golpe de estado que reescreveu os cursos da democracia brasileira. Na ocasião do atentado, João Pessoa não estava despachando no Palácio ou em missão pela Paraíba, foi em um momento de lazer que o político perdeu a vida. Outro caso envolvendo autoridades foi o atentado sofrido pelo ex-governador Tarcísio Burity, cometido pelo então governador Ronaldo Cunha Lima, em 1993. Nesta ocasião, a segurança do governador não conseguiu evitar que Ronaldo disparasse os tiros.
Quando era governador Burity também chegou a denunciar uma suposta tentativa de homicídio, mas o caso não teve repercussões. Para alguns, foi apenas um episódio que tinha intenções políticas, sem maiores desdobramentos. 
Desde o atentado que vitimou fatalmente João Pessoa, então presidente da Parahyba (antiga denominação para a capital), em 1930, a segurança dos chefes de estado é observada com cautela pelo gabinete militar. Atualmente, homens especialmente treinados são colocados à disposição dos gestores no intuito de detectar possíveis ameaças. O assunto é tratado com seriedade pelo governo, mesmo assim, o atual chefe do executivo mandou reduzir o efetivo no Palácio na Redenção. Uma decisão arriscada na opinião dos responsáveis pela segurança do governador.
Segundo informações do gabinete militar, depois que assumiu o governo, em janeiro deste ano, Ricardo Coutinho (PSB) ordenou a diminuição em um terço do efetivo que fazia sua segurança, de sua família e de seus auxiliares. O resultado é que aproximadamente duzentos homens são responsáveis por zelar pela vida do alto escalão do governo. "São cinquenta homens por dia apenas, o que é insuficiente", afirma o coronel Fernando Antônio Soares Chaves chefe da Casa Militar.
O coronel explica que a determinação do governador foi para devolver os policiais ao Comando-Geral, de modo a aumentar o policiamento nas ruas do estado. "Ele sacrificou o próprio efetivo pessoal para melhorar a segurança dos paraibanos", garante. Com a redução de seus homens, o coronel precisa garantir que o próprio governador, sua família e seus auxiliares não corram risco de vida.
"Precisamos dividir o efetivo por escala, férias, folga e eventuais atestados médicos. Está sendo muito difícil, mas conseguimos acompanhar todos", enfatiza o coronel Chaves. A família do governador também é motivo de preocupação da Casa Militar. Esposa, filhos e irmãos de Ricardo Coutinho também recebem orientações de comportamento em público e são observados por homens da segurança.
Sobre a colaboração do governador no trabalho dos policiais, o chefe da segurança explica que o socialista tem contribuído com sua segurança, contudo algumas situações ainda provocam estado de alerta dos homensque o acompanham. "Por sua própria função ele acaba se expondo muito quando entra em contato com o povo", comenta o coronel. Ele também diz que Ricardo reluta em mudar a rotina e muitas vezes quer dispensar o uso dos seguranças. "Mas o estamos convencendo de que é importante mantê-la sempre", assegura. 

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