PARAIBA VOX

- Onde a Paraíba esta sempre em primeiro lugar -

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Política manchada de sangue

Ex-presidente da Paraíba, João Suassuna foi assassinado no Rio de Janeiro no período da Revolução de 30...
A política da Paraíba sempre foi marcada por cenas de sangue e a história registra assassinatos de muitos agentes políticos, em grande ou menores dimensões. Nesse contexto se encaixa o ex-presidente da Paraíba, João Suassuna, que foi assassinado na capital da República - na época o Rio de Janeiro -, em meio aos acontecimentos que sucederam a Revolução de 1930, cujo gatilho foi a morte do então governador João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, que pertencia a um grupo político oposto ao de Suassuna.
João Suassuna nasceu em Catolé do Rocha (PB), no dia 19 de janeiro de 1886, filho de Alexandrino Felício Suassuna e de Joana Pessoa de Vasconcelos Suassuna. Nono filho de uma prole de dez. Criou-se nas fazendas do pai, na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Concluiu o curso de Bacharel pela Faculdade de Direito do Recife, em 1909 e no ano de 1923 se casou com Rita de Cássia Dantas Vilar, e foi pai de nove filhos, entre os quais o escritor Ariano Suassuna.
Naquela época- meados da década de 20 -, o país e, de modo particular, a Paraíba, viviam uma fase de muitas desavenças políticas, agravadas ainda mais depois da morte do ex-presidente João Pessoa, pelo advogado João Dantas, na cidade do Recife (PE), em julho de 1930. Como João Suassuna linha ligações familiares com João Dantas, com quem o então presidente da Paraíba trocava farpas pela imprensa, este foi acusado de participar do assassinato de Pessoa e daí em diante passou a ser perseguido, ele, seus familiares e amigos. Com a efervescência política do período e com os ânimos exaltados por parte dos seguidores de João Pessoa, não foi somente o Suassuna quem sofreu agressões, mas todos os seus amigos e aliados, famílias inteiras foram obrigadas a fugir da Paraíba para não morrer.
João Suassuna, que substitui Solon de Lucena, governou a Paraíba entre os anos de 1924 a 1928. Era sua intenção indicar como sucessor o amigo Júlio Lira, então secretário de Segurança, o cargo mais importante na época. Em nome da pacificação do Partido Republicano da Parahyba concordou com a indicação de João Pessoa. Ele tinha um certo prestigio junto ao presidente Epitácio Pessoa, o todo poderoso chefe da clã Pessoa.
De acordo com José Nunes, diácono, jornalista e autor do livro "João Suassuna no Reino da Parahyba", a ser lançado em breve, o governo de Suassuna se deparou com três fatores que de certa forma consumiu boa parte das receitas. "estaque para as prolongadas estiagens, o combate aos cangaceiros, principalmente Lampião que em quatro anos não pisou as terras da Paraíba e, também, a Coluna Prestes", avaliou.
Apesar dos esforços em combater movimentos armados que assombravam a Paraíba, Suassuna, mesmo assim, de acordo com José Nunes, construiu obras pontuais que ajudaram a construir um ambiente de calma social e de crescimento econômico. "Ele tinha uma visão totalmente voltada para o meio rural, de onde tinha vindo. Nos quatro anos de seu governo, o presidente Suassuna fez muito pela Paraíba", destaca.
Suassuna também apoiou a cultura
Jornalista e poeta, João Suassuna escrevia para jornais do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Compunha versos e tocava violão, executando música do cancioneiro popular. Apaixonado pelas coisas do Sertão, mesmo quando presidente do Estado, costumava realizar festivais de violeiros em sua residência ou no palácio do governo. Estimulou a publicação de livros, entre os quais o romance A Bagaceira, de José Américo de Almeida, que teve repercussão imediatamente ao seu lançamento.
Na Paraíba, João Suassuna foi homenageado tendo seu nome emprestado ao aeroporto da cidade de Campina Grande. No local, há vários painéis instalados que retratam a cultura local, dentre eles, o principal é de autoria do escritor Ariano Suassuna e possui um texto poético em homenagem ao seu pai. 
In: Blogue Mari Fuchico

Nenhum comentário:

Postar um comentário