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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ramalho Leite – A marca dos cem dias


Talvez devêssemos começar pela origem dessa tradição de um governo mostrar nos primeiros cem dias, a sua própria marca. Ironicamente, a remissão aos cem dias nasceu da crônica de uma derrota. Napoleão Bonaparte foge da Ilha de Elba e retoma o poder na França levando Luiz XVIII à fuga e ao abandono do Trono. Com a adesão das forças que foram ao seu encontro para combatê-lo, Napoleão se mantém à frente do País por pouco mais de cem dias, até ser derrotado em Waterloo.É o fim do Império Napoleônico.
Os americanos e sempre eles, adotaram a idéia de avaliar os governos nos primeiros cem dias. Frankin Delano Roosevel iniciou a comemoração jactando-se do extraordinário feito de aprovar quinze projetos de envergadura em meio à Grande Depressão que afetou a economia dos EE.UU e contaminou o mundo. A partir de então, a mídia não tem deixado em paz os novos governantes, exigindo um balanço de suas atividades nos primeiros cem dias de gestão.
Quando um Governo sucede a ele mesmo, a marca dos cem dias passa desapercebida. Uns poucos ajustes e uma correção de metas satisfaz a curiosidade midiática. Quando a sucessão ocorre entre companheiros de uma mesma família partidária, as alterações são feitas mas dificilmente são explicados os motivos que as originaram. Trata-se de uma continuidade pacífica que não afeta nem mesmo os índices de popularidade do sucessor, beneficiário de um acervo de realizações que alicerçaram sua própria ascensão.
Na Paraíba estamos diante de um quadro diferenciado. O antecessor extrapolou  todos os limites do bom senso na busca de uma vitória que não ocorreu. O tempo que teria para consertar seus próprios erros  foi negado pelo eleitorado. Coube  ao sucessor a tarefa de realinhar os atos de gestão e buscar o equilíbrio necessário para alicerçar um trabalho consciente na direção do futuro.
Nesse período, reina espécie de “quarentena”, quando a oposição garante uma trégua ao governo que se inicia. Até isso foi negado ao atual governo. As primeiras medidas alcançaram privilégios irrenunciáveis. Quem deveria se penitenciar, passou a cobrar. A ação negativa do passado virou responsabilidade do presente. Se passou a exigir do atual governante o cumprimento de promessas que não fez. As dificuldades foram enfrentadas e as medidas restritivas  impactadas  dificilmente o seriam depois dessa quadra simbólica.
Os cem dias servem sem dúvida para a fixação do perfil de um novo governo. O Governador Ricardo Coutinho já disse a que veio. Veio para mudar e essas mudanças foram anunciadas amplamente durante o período do debate eleitoral. Está cumprindo o que prometeu. A ninguém será dado o direito de dizer que foi enganado. Obstáculos foram feitos para serem vencidos e ele, obstinado como é, vencerá a todos. Ao completar os primeiros cem dias, o novo governo da Paraíba faz um balanço positivo de suas ações e anuncia metas que, sem dúvida, respondem à confiança dos paraibanos.

"Ramalho Leite"

Um comentário:

  1. QUASE TUDO FICA DITO ACERCA DO QUE PODEMOS ESPERAR DA OPOSIÇÃO LIDERADA POR MARANHÃO...

    Nice Almeida – O “track” de Maranhão falhou

    Publicado em 18 abril, 2011

    As segundas-feiras geralmente são bem complicadas nas editorias de política na Paraíba. Normalmente pouco movimento e muitos telefones desligados. Mas, hoje (04) parecia que ir ser diferente. A entrevista agenda pelo ex-governador José Maranhão (PMDB) prometia um dia cheio de novidades e muitas “bombas”. No entanto, o máximo que nós vimos foi um pequeno track que nem ao menos funcionou, essa que é a verdade.


    Expectativa gerada, todos os jornais, sites, TVs e rádios mobilizaram seus repórteres em busca de números que pudessem contestar e quiçá até comprovar que os dados apresentados pelo governo atual tivessem alguma falha. Manchete era o que todos queriam e acreditavam que teriam com a quebra do silêncio de Maranhão.


    Entretanto, a manchete só se deu porque o simples fato do ex-governador ter resolvido falar já gerou notícia. Fora isso, nada, absolutamente nada que o peemedebista disse foi digno de espaço grandioso ou de manchetes com “letras garrafais” nas páginas, telas ou microfones do jornalismo paraibano.


    Muito mal assessorado, aliás como sempre, Maranhão não conseguiu provar que os números apresentados pelo atual governo eram mentirosos. Primeiro porque ele não trouxe outros números que pudessem colocar em xeque os apresentados pela atual administração estadual e, segundo, porque nenhum argumento do peemedebista convenceu.


    Contrariado com as perguntas, Maranhão admitiu as contratações exageradas feitas em seu governo e disse que os dados mostrados pelo Sagres, do Tribunal de Contas do Estado, não podiam ser contestados. De acordo com o Sagres, em 2010, o ex-governador contratou quase seis mil novos funcionários e aumentou o valor da folha de pagamento em R$ 22,5 milhões.


    Em dado momento ele até chegou a admitir, também, que talvez, quem sabe, de alguma forma poderia ter ocorrido a existência de funcionários “fantasmas” em seu governo, mas justificou a possibilidade colocando a culpa nos cartórios que, segundo ele, podem ter deixado de comunicar as mortes dos ditos cujos a Secretaria de Administração do Estado e, por isso, provavelmente pode ter ocorrido o erro.


    A seu favor ele apenas disse que a dívida de R$ 1,3 bilhão anunciada pelo governo de Ricardo Coutinho é mentira, que ele não deixou o Estado quebrado e que todas as acusações do novo governador são levianas. Ele falou, mas não comprovou que o atual governo está mentindo.


    Moral da história: Maranhão falou, falou, falou, falou e não disse nada.

    Nice Almeida
    Jornalista

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